Filas triplas: diversão garantida. |
Particularmente acho que as filas são um sistema justo (até que alguém tente furá-las, claro), e, mais que isso: por mais entediantes que possam ser para os mais apressados ou pessimistas, funcionam como uma contagem regressiva. Chegar na outra ponta é praticamente uma vitória - basta perguntar a alguém que está na fila do banheiro. Não distribuem medalhas (e na maioria dos casos ainda pegam um pouco do seu dinheiro), mas há, invariavelmente, a sensação de dever cumprido, de ter alcançado o pote de ouro no final do arco-íris. Por alguns segundos tudo parece ter valido a pena. Sem glamour, chuva de papel picado ou garrafas de champanhe - mas ainda assim. Menos uma conta. Menos um problema.
O real motivo do post
"Err.. Oi, Veríssimo! Obrigado por me inspirar" |
Sensação estranha essa de ver ali, na sua frente, a personificação de um ídolo. As pernas tremem um pouco, suas mãos passam a ser intrusas no seu próprio corpo. Sobram. "Devo cumprimentá-lo efusivamente? Acenar com a cabeça? Correr e abraçá-lo?"foram alguns dos pensamentos mais imediatos. Fiquei só no aperto de mão e na troca de algumas palavras, mas comprovei que, além do nome, ele é mesmo superlativo absoluto sintético (já que é assumidamente mais calado, heh).
De repente, todos aqueles textos que fizeram (e fazem) parte da minha vida ganharam um pai de carne e osso, que tem nas palavras medidas uma fonte de inspiração não apenas literária, mas para a vida. O Veríssimo começou a escrever depois dos trinta, criou um estilo próprio e fugiu da sombra do pai. Foi um sucesso gradual e retumbante. Por isso é inspiração para os que ainda ficam perdidos/desiludidos/desorientados com todas as pressões profissionais e do cotidiano (como eu). O Veríssimo me mostrou que, por pior que uma situação pareça, ao menos rende uma crônica. Nem que seja sobre filas, braguilhas ou ervilhas. Valeu a pena esperar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário