sábado, 9 de agosto de 2008

Braço forte, mão amiga

Essas palavras não saem da minha cabeça desde ontem. Por quê? Porque eu continuei no processo de seleção do GLORIOSO exército brasileiro. Minhas esperanças de que a miopia (4 graus em cada olho) me ajudasse a ser dispensado, morreram quando o major (mal-humorado) ignorou o comentário do militar que fez meu exame de vista: “Major, mas são 4 graus!”. A resposta? “E daí? Ele está enxergando. Mande-o tirar a roupa”. Acho que o mínimo para ser dispensado logo de cara era 7 graus.

Até aí tudo bem. O problema é que eles não possuem muitos critérios para dispensar o pessoal (conheço gente que foi dispensada só porque usava óculos, sem nem mesmo fazer exames. O outro, porque chegou atrasado). Para conseguir evitar a burocracia de todo o processo e sair logo, só conhecendo algum militar. Mas vamos ao resumo dos fatos:

O Exame

Situação: cerca de 30 machos de cueca, numa sala com cheiro de aromatizador de ambientes misturado com suor.

Encontrava-me um pouco frustrado na situação acima, dada a minha continuidade no processo. Logo de início você tem que agachar e levantar três vezes, pra ver se o joelho dói, coisa e tal. Em seguida há uma avaliação odontológica e uma medição de pressão (tudo isso em 30s), para logo chegar o momento mais temido: abaixar a cueca. O exame é pra ver se temos hérnia, e pra quem não conhece, ele é assim: você abaixa a cueca, e sopra as costas da sua mão. Depois, você levanta o pênis, e sopra de novo. Um monte de marmanjos fazendo isso na sua frente. A saída foi olhar pra cima (eu mesmo não cheguei a ver meu pênis!). Depois de eu subir a cueca, vi um cidadão (igualmente semi-nu) SORRINDO para mim, e comentando algo com o amigo ao lado. Ignorei. Vai ver eu tenho uma virilidade fora do comum. ¬¬

Depois você vai pra uma outra salinha, menor do que a outra (ainda com os 30 machos fedorentos). Você é medido, pesado, e faz um teste de força num dinamômetro. Você fica com o joelho um pouco flexionado, e puxa a alavanca pra cima (ainda de cueca).

Panorama geral

Fora isso, você faz um teste de lógica, outro de aptidão nas atividades do exército, coisa e tal. Depois uma entrevista, na qual o militar me perguntou “com que arma eu gostaria de atirar”. Fora isso, ele me questionou sobre um possível uso de drogas, já que eu deveria fazer um exame de sangue para entrar no exército.

Resultado? Cheguei 7h, saí 11h40min. E tenho prova na segunda-feira, do NPOR. Ah sim... Ao final também me perguntaram se eu desejava servir (só pra ilustrar, pelo que me parece). Não, eu não quero servir. Mas me desejem boa prova...

PS.: As únicas armas/ferramentas de que preciso são lápis e papel, além de alguma influência. Quero ser jornalista, e acredito que as palavras têm mais força do que qualquer equipe militar... Essas deveriam ser a solução da maioria dos problemas, porém as armas de fogo são mais, uhm... Rápidas e imediatas - além de uma péssima diplomacia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu tenho 5,5 no esquerdo e 4,5 no direito, e fui dispensado direto. =D

Deia Cabral disse...

Coitado! ^^

Eu também sei de gente que foi dispensada por muito menos.
Isso é foda, né...maior injustiça.